Estavas lindo! Encostado ao carro, olhavas em direcção à minha porta…
Ainda do lado de dentro, apreciei-te e fiquei ainda com mais vontade de te devorar…
Estavas de fato preto, camisa parecia-me cinzenta (e era) e uma discreta gravata, ligeiramente folgada no colarinho. Na mão, tinhas uma rosa vermelha. Nos lábios, um sorriso lindo e atrevido. O teu olhar transmitia desejo…
A tremer, ansiosa, expectante... sai de casa e fui ao teu encontro. Não sei como reagiste ao ver-me sair, porque optei por não te olhar de imediato…
Sorri ao aproximar-me de ti… retribuíste o sorriso e esticaste-me a mão que tinhas livre… deite-te a minha mão com prazer. Beijaste-a. Sabia que o irias fazer. E puxaste-me para ti, apertando-me num demorado abraço… Sussurraste-me ao ouvido “Não é tão linda como tu, mas é para ti…” e entregaste-me a rosa. Agradeci depositando um leve beijo nos teus lábios de mel…
“Onde me levas?” pergunto-te eu. Não me respondes, sorris apenas.
Chegamos ao motel e olhas-me directamente nos olhos… “Entramos?” Eu apenas aceno que sim. Tocas-me a perna, enquanto te encaminhas para a recepção. Percebo que o quarto já estava previamente reservado. E se te tivesse dito que não? Sabias que não o faria…
Entramos no quarto, deixas a luz a meio tom. Pedes-me para me sentar no sofá e fechar os olhos e eu prontamente obedeço. Começo a ouvir Ella Fitzgerald… Summertime…
http://www.youtube.com/watch?v=1yKgAEkCKxY
Incenso a queimar… sorrio, sem saber se me vês…
Sinto as tuas mãos nos meus ombros, estremeço! Estás atrás de mim e sussurras-me um tímido “podes olhar…”
O quarto está na penumbra, iluminado apenas por velas espalhadas.
Na cama, aberta, pétalas de rosa espalhadas… pétalas que deixam um rasto, que me apercebo que se dirige até à banheira… A água quente corre, formando uma ligeira névoa de vapor…
Olho-te e sorrio. Sei o que pretendes e entrego-me a ti, sem pensar, sem medos, sem pudor…
Sinto-te hesitante… sei o quanto me desejas, mas sei também o medo que tens (não confessado) de quebrar algo com este momento. Como incentivo, ofereço-te os meus lábios, que mordes desejoso, enquanto me abraças com força… a tua língua começa a roçar os meus lábios e a minha, desobediente, procura a tua… beijamo-nos ardentemente, nossas mãos irrequietas, procurando sentir cada palmo do outro…
Mais convicto, começas a despir-me… o casaco… um beijo… o vestido… sentas-te, deslumbrado…
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