Reencontro


Chateada, aborrecida, de mal com a vida! Com vontade de desaparecer, de ir para algum lugar bem longe, começar do zero...
Era assim que estava quando me ligaste.
"Estou com saudades tuas", disseste-me.
"Preciso sentir a tua pele, a tua boca... preciso misturar a minha essencia com a tua para voltar a viver. Vem ter comigo. Agora. Não penses, não hesites. Vem apenas. Quero-te!"
Eram 11h da noite. Senti-me estremecer por dentro e por fora. Ouvir a tua voz novamente, ao fim de todo este tempo foi... Foi como se ainda ontem tivessemos estado juntos!
Segui o instinto. Não pensei, não me questionei e parti ao teu encontro.
Também eu precisava de ti, de ir buscar a ti a força e vitalidade que me vinha faltando...
Parei o carro em frente ao prédio e ai sim hesitei. Perguntei-me se estava a fazer o que era correcto. Se em vez de me fazer bem, este encontro não me iria deixar ainda com mais vontade de desaparecer. Sabia que tu apenas querias aquele momento comigo, nada mais.
"Não vou desistir agora! Vou encarar isto da mesma forma que tu! Será apenas um fugaz encontro que não se repetirá nos tempos mais próximos."
Sai do carro e as pernas tremiam, não de frio mas de ansiedade. Voltar a ver-te depois de tudo...
Toquei e abriste de imediato a porta (como se tivesses estado o tempo todo ali à espera). Enquanto subia os 12 andares no elevador, sentia o meu coração cada vez mais acelerado. As mãos suadas. A mente a divagar por momentos vividos. Momentos bons... momentos muito maus...
Abriu-se a porta do elevador e ali estavas tu à minha frente... Não me consegui mexer!
Estavas lindo (como sempre), com um sorriso de orelha a orelha, apenas de boxers, apesar do frio. Estendeste-me a mão (mesmo a tempo de não deixar a porta do elevador voltar a fechar).
Sorri também e não pensei mais nada. Agarrei a tua mão, puxaste-me para ti e colaste a tua boca à minha! Apertaste-me junto a ti com tanta força que quase não conseguia respirar! Sentia o teu coração tão acelerado como o meu...
Os teus lábios colados aos meus, a tua língua buscando a minha... a mesma sensação da primeira vez que me beijaste... Senti uma lágrima rolar pela face...
Sem nos largarmos, entramos, quase tropeçando na entrada...
Já na sala, paraste e fixaste-me longamente. Ainda não tinhamos trocado uma única palavra!
Saudade, desejo, luxuria, uma vontade louca de nos fundirmos uma vez mais! Eram sentimentos quase palpáveis!
Empurrei-te para o sofá, já não aguentava mais!
Ao som da nossa música (terá sido propositado?), comecei a despir-me lentamente, sem tirar o meu olhar do teu. O teu olhar queimava-me de desejo...
Completamente nua, sentei-me sobre ti. Podia sentir o teu membro duro, enorme sob os boxers...
Voltamos a beijar-nos avidamente, as mãos percorrendo o corpo do outro num desejo imenso de voltar a sentir... Puxaste-me o cabelo, fazendo-me subir, para ficares com os meus seios à altura da tua boca. Estremeci ao toque da tua lingua nos meus mamilos, que já estavam completamente rijos. Sentia-me completamente molhada, um vulcão prestes a explodir!
Levantei-me, para te deixar tirar os boxers. Olhei para ele, tão duro e reluzente... A vontade de te sentir dentro de mim imediatamente era mais premente que a vontade de o sugar, por isso virei-me de costas para ti e sentei-me novamente (sempre adorei sentir-te por trás). Senti-te deslizar e quase tive um orgasmo naquele instante. Ouvir-te gemer no meu ouvido...
Não sei se foram minutos ou apenas segundos até que ambos explodissemos num orgasmo simultâneo. Sei apenas que teve a intensidade de um tremor de terra de grau 7!
Fizeste-me rodar e beijaste-me como se o mundo pudesse acabar naquele momento...
Fomos para o quarto e recomeçamos as caricias, agora com mais calma, um pouco mais relaxados. Beijei cada centimetro da tua pele, evitando propositadamente o teu membro. Belisquei-te os mamilos erectos. Mordi-te o queixo. Voltamo-nos a beijar. Desceste para o meu pescoço, mas não te deixei descer mais. Ainda o queria sentir na minha boca e fazer-lhe todas as coisas que sei que adoras. Mordi, beijei, suguei, rodei, brinquei, até quase te levar ao orgasmo novamente e depois parei, com aquele olhar que tu dizes que te deixa louco de tesão!
Dedicaste-te então a mim. De costas, fechei os olhos e apenas sentia os teus dedos subindo e descendo desde o fundo das costas até ao pescoço... A tua língua húmida começou a desenhar circulos na minha pele... Mordeste-me as nádegas... Depositaste um beijo na parte interna das coxas, depois dos joelhos... mordeste-me o dedo grande do pé e voltaste-me.
Percorreste o meu corpo apenas com a ponta dos dedos, contornando apenas o triangulo e os seios. Sentia o teu olhar a absorver cada detalhe do meu corpo... beijaste-me demoradamente o umbigo... e desceste depois, afastando-me as pernas. Agarrei os teus cabelos e comecei de imeadiato a contorcer-me de prazer. Conheces-me tão bem! Não paraste aos primeiros gemidos mais sonoros... Só paraste depois de mais um orgasmo intenso e explosivo (que todo o prédio de ve ter ouvido!).
Sem me dar tempo sequer de respirar, enterraste-te em mim! Fodemos que nem loucos! Sentia o teu suor pingar, as minhas faces ardiam de tão vermelhas! Rolamos, subimos, descemos, sentados, de pé, deitados... estavamos insaciáveis! Só mesmo a água conseguiu aplacar o nosso fogo!
Esgotados, mas num estado quase de transe, deixamo-nos ficar na banheira, a relaxar na àgua quente...
Até que a realidade voltou a cair sobre nós...
"Já é tarde, tenho de ir embora..." disse eu, tentando disfarçar a tristeza...
Vesti-me, enquanto tu, enrolado na toalha, me imploravas apenas com o olhar que ficasse um pouco mais... Se soubesses o quanto esse olhar me fez sofrer...
Acompanhaste-me à porta e despedimo-nos com um longo beijo...
Senti um soluço de choro formar-se, um nó na garganta... o coração despedaçado...
Virei-me e chamei o elevador. Enquanto esperava, abraçaste-me por trás, depositando pequenos beijos no meu pescoço.
Entrei sem mais palavras. Os nossos olhos falavam por nós...
Antes mesmo da porta se fechar só te ouvi dizer
"Amo-te! Foda-se! A vida é tão injusta..."

4 comentários:

Bichinho disse...

Momento sublime...uma lágrima, revivi uma história assim mas, que saudade...beijo fantasma.

Alguém Comum disse...

Eu e os elevadores, que não me fazem esquecer...

Belos sentimentos descritos

Beijos

GAGGINGyou disse...

a vida é tão injusta...mas ao mesmo tempo é a sua dureza que nos faz sonhar em sobreviver-lhe!

kiss

aqui-há-gato disse...

Como entendo estas palavras...
Cada uma delas... Cada uma delas...
Havia tanto para dizer, ou perguntar... Mas não aqui...
Só me resta um beijo... Aceita-o como se essa tua vida fosse a minha.


O Gato